Encontro apresentou avanços em Inteligência Artificial, identidade digital e segurança da informação, com transmissão ao vivo.
O auditório do Espaço Físico Integrado da Universidade Federal de Santa Catarina sediou, em 2 de julho, o Workshop Acadêmico do Registro Civil 2025, encontro que consolidou o protagonismo do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento do Registro Civil (LabREC/ON-RCPN) na modernização do Registro Civil brasileiro. Organizado em parceria com o Laboratório de Segurança em Computação (LabSEC) e com o Operador Nacional do Registro Civil das Pessoas Naturais (ON-RCPN), o evento foi transmitido ao vivo pelo canal da Universidade e integrou as comemorações dos 25 anos do LabSEC.
Na abertura, o professor Ricardo Custódio, supervisor do LabREC, destacou que a vertente de Inteligência Artificial do laboratório só tem sentido se estiver ancorada em rigor técnico e em políticas robustas de segurança da informação. “Estamos muito preocupados com a questão da segurança na IA e com a IA produzindo sistemas seguros. É importante que a IA em si se assegure”, afirmou, citando o histórico do LabSEC na certificação digital como legado que agora sustenta as pesquisas em atos vitais. Custódio também reconheceu na presença de Luis Carlos Vendramin Júnior, presidente do ON-RCPN, a síntese entre teoria e prática: “Ter aqui o Vendramin é uma honra, ele é um inventor, sabe mais do que muita gente em termos de aplicação prática. Já fez, já desenvolveu, e sua trajetória é uma inspiração para todos nós da academia.”
Vendramin retribuiu enfatizando o impacto concreto da parceria. “Essa cooperação com a Universidade Federal de Santa Catarina é um dos melhores projetos que já participei. Tenho muito orgulho disso. Coloco-me sempre à disposição, porque é daqui que surgem as soluções que realmente serão implementadas”, disse, lembrando que os produtos desenvolvidos no LabREC protegem informações que acompanham cada cidadão “desde o nascimento até o óbito”. Para o professor Frederico Schardong, coordenador do Sistema de Autenticação do Registro Civil (IdRC), a forma como o laboratório integra demandas sociais e conhecimento acadêmico deve servir de modelo institucional: “Essa conexão é algo que deve ser replicado. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa construção coletiva”, afirmou.
Ao longo do dia, pesquisadores e estudantes apresentaram projetos que ilustram o alcance do LabREC. As demonstrações abordaram reconhecimento óptico de caracteres treinado para revisar registros, algoritmos de classificação capazes de detectar incongruências em bases de dados, provas de consistência que verificam a autenticidade de documentos em tempo real e modelos preditivos que cruzam estatísticas civis para apoiar a gestão das serventias. Também foram detalhados os pilares da infraestrutura criptográfica em desenvolvimento: a nova Infraestrutura de Chaves Públicas do Registro Civil (ICP-RC), a expansão do IdRC como plataforma nacional de autenticação e a assinatura eletrônica avançada para atos públicos e privados.
O contexto acadêmico reforçou a relevância do encontro. Professores lembraram a trajetória de duas décadas e meia do laboratório de segurança, que começou com o Cartório Virtual em 1999 e acumula contribuições em certificação digital, criptografia e, mais recentemente, blockchain.
Com programação transmitida ao vivo, o Workshop Acadêmico do Registro Civil 2025 confirmou que o futuro da atividade registral no Brasil passa pelo ambiente científico do LabREC, onde soluções de alta complexidade técnica são desenhadas para chegar rapidamente às serventias e ampliar a segurança jurídica de dados vitais em escala nacional.